sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Seremos Ricos?




A pergunta "seremos ricos?" é na minha opinião bastante interessante, visto por um lado haver tanta gente catalogada como tal, nos chamados países do 1.º mundo, e no entanto sabemos bem que muitas dessas pessoas vivem claramente na pobreza. Mas o meu objectivo não é o de meramente chamar a atenção à miséria mais evidente, é o de tentar perceber se não haverão pessoas com tudo para serem consideradas ricas, e no entanto sentirem-se apenas como um mero elemento produtivo numa economia incompreensível que acaba por pouco servir os interesses, mais ou menos legítimos, mas importantes na qualidade de vida dessas mesmas pessoas.

Violência, loucura, ilusão, inveja, maldade são termos muitas vezes usados para descrever a sociedade nos nossos dias, mas há que pelo menos tentar perceber o seu ponto comum, e procurar entender de uma forma lógica não apenas as suas causas como as suas virtudes. Na fotografia colocada neste primeiro post procuro salientar que antes de mais, o Homem é um animal, e que a sua inteligência, ou perspicácia nada mais são que aptidões que o permitem sobreviver e progredir no processo de selecção natural, como uma aranha, ou um qualquer outro animal sobrevivente e não extinto, ele está em perfeita sintonia, ou pelo menos à partida assim o estará em relação a um ambiente no qual as suas gerações passadas viveram.

Sabemos bem qual a fonte de uma religião, e a força que esta adquire através das dúvidas em relação a estes assuntos. Para que não percamos tempo a explicar o significado da vida, para onde vamos, e outras filosofias, socorro-me de uma resposta dada à pergunta “Porque existem pessoas?”(1) por parte de G. G. Simpson(2): “O que quero assinalar, é que todas as tentativas para se responder a esta questão antes de 1859 são inúteis e estaríamos melhor se as simplesmente ignorássemos”. Quero com isto dizer, que num mundo de alta tecnologia, são muitas as pessoas que continuam presas a um enorme conjunto de ideologias que em grande medida contribuem para uma significativa limitação na sua capacidade de viver e de deixar viver.

Existe um país, um mundo, onde prolifera um enorme ruído intelectual, e onde, a discrepância de conhecimento e de capacidades de raciocínio entre populações é enorme, o que faz como que eventos, como a guerra do Iraque e fundamentalismos de qualquer outra índole apenas encontrarem revolta por parte da população geral após a sua implementação, revelando-se por isso fraca a sua capacidade de previsão estratégica e de sentido crítico.

Mais do que já disse, penso fazer falta uma espécie de guia, de manifesto moderno, que previna a população de um conjunto de males que insistem em se repetir na história, sendo um deles a arte do sofisma bem ilustrado na designação “liberalismo económico”.

Não me restringirei apenas às questões político-económicas, e não procurarei retractar a população apenas como vítima, é por isso que logo no início chamei à atenção de ser-mos animais. Perderei tempo, e procurarei concentrar-me no crescimento do indivíduo, e na sua construção como pessoa e como elemento social, para o melhor e para o pior.


(1) Título do 1.º capítulo do livro “O Gene Egoísta” de Richard Dawkins - http://pt.wikipedia.org/wiki/O_gene_ego%C3%ADsta

(2) George Gaylord Simpson - http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Gaylord_Simpson

Sem comentários: